California Dreams

De volta à realidade...

Há menos de dois anos, naquele mesmo Campo Pequeno, Katy Perry era a rapariga divertida que beijou outra rapariga e não tinha problemas em gozar com ela própria. Hoje, Katy é uma espécie de Xuxa, a rainha dos baixinhos, para aqueles que preferem as barbies morenas, de carne e osso (eles e elas, obviamente, por razões diferentes).

Adoro-a!

California Dreams Tour cheira mesmo a cotton candy e confirma a passagem de Perry para o próximo nível. Um cenário colorido, com nuvens de algodão doce, candy e cup cakes, uma banda competente, coros, bailarinos e uma história que mistura O Feiticeiro de Oz com o jogo de tabuleiro Candyland, fazem do novo espetáculo de Katy Perry uma verdadeira delícia para os olhos.

O início do concerto fez-se ao som de Teenage Dream e a loucura começou. A sala estava completamente cheia e os gritos eram suficientes para perceber que a grande maioria dos presentes em under 18. A história - exibida em três ecrãs gigantes suspensos por cima do palco - é simples: Katy é filha de um talhante mau, apaixona-se pelo filho de um pasteleiro mestre em cupcakes e sonha que entra num mundo de maravilhas que, no fim, a leva até ao seu baker boy. Pelo meio, ficam praticamente todos os temas do mais recente álbum e os grandes êxitos de One of the Boys, o disco que a apresentou ao mundo.

Além dos esperados, I Kissed a Girl, com introdução jazzy, Hot N Cold e California Gurls, o concerto foi um culminar de pontos altos. E.T., o próximo single de Teenage Dream , tem tudo para se tornar um grande êxito, o tremendamente travesso, cheio de pumas e my personal favorite Peacock, sem esquecer o estrondoso boom boom boom de Firework e o mais que divertido UR So Gay.

Entre mil e muitas mudanças de roupa (só em Hot N Cold fê-lo, pelo menos, umas cinco vezes - em palco), um brownie indigesto e bailarinas suspensas sobre o palco, Katy teve ainda tempo para um medley acústico que incluiu versões de Only Girl (In the World) da amiga Rihanna - a quem desejou um happy birthday! - Big Pimpin' de Jay-Z e Whip My Hair de Willow Smith. Uma sequência soft, que juntou Who Am I Living For?, Pearl e Not Like the Movies, onde surgiu sentada num baloiço, entre bolas de sabão, com o amor em forma de desenhos animados como pano de fundo.

Depois de California Gurls, a cortina cai e a histeria atinge um volume quase impossível. Perry regressa, então, com I Wanna Dance With Somebody de Whitney Houston - a dançar com uma personificação de pêlo roxo da sua gata, Kitty Purry - abandonando-o a seguir, na companhia de alguns sortudos, que entretanto foram puxados pela própria para o palco.

California Dreams é tudo isto e a prova de que Katy Perry está à altura da concorrência na sucessão ao trono de Madonna.

Não fosse aquele pequeno erro de playback com a flauta e teria sido perfeito... Oops!

SPECIAL THANKS TO: *G*L*A*M*O*U*R*O*U*S* TI TELMA