Que ri e canta, a vastidão imensa
Eu queria ser a Pedra que não pensa
A pedra do caminho, rude e forte!
Eu queria ser o Sol, a luz intensa,
O bem do que é humilde e não tem sorte!
Eu queria ser a Árvore tosca e tensa
Que ri do mundo vão e até da morte!
Mas o Mar também chora de tristeza...
As árvores também, como quem reza,
Abrem, aos Céus, os braços, como um crente!
E o Sol, altivo e forte, ao fim de um dia,
Tem lágrimas de sangue na agonia!
E as Pedras... essas... pisa-as toda a gente!...
Florbela Espanca (1894 - 1930)
3 comments:
Florbela Espanca é A Senhora da poesia em Portugal..!
Poema mt bonito mesmo!
Eu tento nao calcar as pedras...mas nem sempre é possível =X
E quanto ao resto...acho que vale o esforço de querer continuar a querer XD
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é mesmo, Florbela Espanca, uma das melhores :D
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