In and Out of Consciouness é o nono álbum de Robbie Williams, a alcançar o topo dos tops do Reino Unido.
Um duplo álbum que revisita toda a carreira do artista, desde o início dos anos 90, até hoje.
Mas será a quantidade proporcional à qualidade?
Ao longo destes anos, habituarmo-nos a vê-lo como uma marca da cultura pop eurpeia. Como se fosse patenteado, como se nos representasse e por isso mesmo, só aqui tivesse o seu sucesso merecido. Principalmente, Robbie (para seu grande orgulho) conseguiu fazer aquilo que sempre quis – demarcar-se do projecto que lhe deu glória a nível internacional: os Take That – a maior boys band de Inglaterra.
Durante a década de 90, Robbie Williams tornou-se a imagem clean do que deveriam ser os bad boys, evidentes nas suas múltiplas divergências com os antigos companheiros dos Take That, e com os irmãos dos Oasis, mencionando ainda as múltiplas interrogações que a sua sexualidade gerou e a grande derrapagem que o levou a mergulhar no consumo de drogas e álcool.
Mais do que isso, Robbie tornou-se o menino acarinhado por todos, o reflexo do que qualquer betinho se poderia tornar, caso os impulsos rebeldes não fossem devidamente controlados.
Se no início, o flop artístico era mais do que anunciado, com o álbum Life Thru a Lens (que estava em competição directa com Gary Barlow), só com o quarto single, Robbie viria a ser salvo do esquecimento e de uma carreira gloriosa, em que quase todos o vimos crescer.
Os primeiros singles e o próprio álbum não vendiam, enquanto Gary Barlow somava #1’s a solo e os media simplesmente ignoravam Robbie W. Tudo estava destinado a correr mal.
Contudo, tudo mudaria com Angels, o quarto single do álbum de 95; essa balada interminavelmente interpretada nos karaokes e nos X-Factor’s por todo o mundo. Angels tornou-se num grande sucesso, fazendo disparar o álbum nos charts e conquistando mais um hit para Robbie, com Let Me Entertain You.
A partir daí, a carreira de Robbie disparou, para se tornar no artista britânico que mais álbuns vendeu (cerca de 53 milhões), ocupando o lugar deixado por George Michael e fazendo com que Gary Barlow se tornasse numa piada.
Durante anos, Robbie Williams teve tudo sob controlo. Em 97 lança I've Been Expecting You, que é na minha opinião, o melhor álbum de Robbie. Aquele que contém a acidez necessária da pós-adolecência mal resolvida, expressa em temas como No Regrets ou Strong e ainda o smash hiper romântico She’s The One.
É outra das facilidades que Robbie conseguiu conquistar – ser romântico sem se tornar deliberadamente piegas.
O álbum alcançou por 10 vezes a platina em Inglaterra.
Seguiu-se Sing When You’re Winning, que contém alguns dos staples da carreira de Robbie Williams, como Rock DJ, Kids (o dueto com Kylie Minogue) e ainda Supreme.
Claro que esta colectânea que revisita toda a carreira de Williams, contém ainda os dois singles do álbum jazz (essa tentativa de se tornar mais credível), como o Nº1 com Nicole Kidman, Something Stupid.
Mas a sua carreira atingiu o auge com Escapology, álbum de 2002, que inclui o clássico Feel, que vendeu 7 milhões de discos na Europa e na América Latina.
Depois de Feel, Robbie Williams entrou na era de escrever e interpretar singles demasiado autobiográficos como Come Undone ou Tripping, já do álbum Intensitive Care.
Tornou-se mais adulto, perdeu a caracterização de miúdo rebelde e ficou um pouco mais parecido com qualquer artista. E isso nota-se ao longo deste duplo álbum, justamente a partir do momento em que passamos a faixa Feel.
Rudebox, álbum de 2007, foi uma tentativa desesperada de se colar a Usher ou Timberlake, que poderia ter corrido ainda pior. Foi o acordar de um artista que percebeu que se estava a tornar demasiado velho antes do tempo, mas nem a ajuda dos Pet Shop Boys evitaram que o álbum se tornasse num grande flop. E convenhamos, Rudebox é um tema péssimo, sem groove ou o cunho do artista. A ajudar à festa, o fracasso deste álbum coincidiu com o regresso em alta, dos Take That – o que ainda veio complicar ainda mais a vida a Robbie.
O único single, ao longo destes anos, com grande potencial, foi Bodies do seu último álbum Reality Killed the Video Star, com Robbie a tentar um regresso em forma, apesar de disfarçadamente ter sido mal conseguido, já que Bodies foi a única música do álbum a causar impacto e mesmo assim, não muito.
Nesta colectânea, há ainda um último pulsar do artista que depois de muitos anos de controvérsia, faz as pazes com o seu arqui-inimigo Gary Barlow e o convida para um dueto em Shame, a anunciar o regresso à boys band.
Shame é um tema fraquíssimo para um encontro que criou tanta expectativa, e isso reflectiu-se nos charts.
In and Out of Consciousness: Greatest Hits 1990–2010 é um álbum para recordar um dos ícones dos últimos 20-anos. Há ainda algumas relíquias, como temas ao vivo, para nunca esquecermos que Robbie Williams é essencialmente um artista de grandes palcos, onde os seus temas podem ser exponencialmente interpretados.
Mas há aqui muita coisa que não faria falta nenhuma e essa é uma verdade. Sexed Up, Sin Sin Sin ou o péssimo cover de George Michael, Freedom, são alguns dos exemplos.
De qualquer das formas, deverá funcionar sempre bem como prenda de Natal a algum parente distante, mas nunca mais do que isso.
É um celebrar de uma carreira com 20-anos, que parece terminar, como se iniciou: Robbie Williams está de volta aos Take That e em grande forma. The Flood, o primeiro single de Progress, é tudo aquilo que Robbie nunca poderia ter feito, sem a ajuda de Gary, Mark, Jason e Howard.
Ao longo destes anos, habituarmo-nos a vê-lo como uma marca da cultura pop eurpeia. Como se fosse patenteado, como se nos representasse e por isso mesmo, só aqui tivesse o seu sucesso merecido. Principalmente, Robbie (para seu grande orgulho) conseguiu fazer aquilo que sempre quis – demarcar-se do projecto que lhe deu glória a nível internacional: os Take That – a maior boys band de Inglaterra.
Durante a década de 90, Robbie Williams tornou-se a imagem clean do que deveriam ser os bad boys, evidentes nas suas múltiplas divergências com os antigos companheiros dos Take That, e com os irmãos dos Oasis, mencionando ainda as múltiplas interrogações que a sua sexualidade gerou e a grande derrapagem que o levou a mergulhar no consumo de drogas e álcool.
Mais do que isso, Robbie tornou-se o menino acarinhado por todos, o reflexo do que qualquer betinho se poderia tornar, caso os impulsos rebeldes não fossem devidamente controlados.
Se no início, o flop artístico era mais do que anunciado, com o álbum Life Thru a Lens (que estava em competição directa com Gary Barlow), só com o quarto single, Robbie viria a ser salvo do esquecimento e de uma carreira gloriosa, em que quase todos o vimos crescer.
Os primeiros singles e o próprio álbum não vendiam, enquanto Gary Barlow somava #1’s a solo e os media simplesmente ignoravam Robbie W. Tudo estava destinado a correr mal.
Contudo, tudo mudaria com Angels, o quarto single do álbum de 95; essa balada interminavelmente interpretada nos karaokes e nos X-Factor’s por todo o mundo. Angels tornou-se num grande sucesso, fazendo disparar o álbum nos charts e conquistando mais um hit para Robbie, com Let Me Entertain You.
A partir daí, a carreira de Robbie disparou, para se tornar no artista britânico que mais álbuns vendeu (cerca de 53 milhões), ocupando o lugar deixado por George Michael e fazendo com que Gary Barlow se tornasse numa piada.
Durante anos, Robbie Williams teve tudo sob controlo. Em 97 lança I've Been Expecting You, que é na minha opinião, o melhor álbum de Robbie. Aquele que contém a acidez necessária da pós-adolecência mal resolvida, expressa em temas como No Regrets ou Strong e ainda o smash hiper romântico She’s The One.
É outra das facilidades que Robbie conseguiu conquistar – ser romântico sem se tornar deliberadamente piegas.
O álbum alcançou por 10 vezes a platina em Inglaterra.
Seguiu-se Sing When You’re Winning, que contém alguns dos staples da carreira de Robbie Williams, como Rock DJ, Kids (o dueto com Kylie Minogue) e ainda Supreme.
Claro que esta colectânea que revisita toda a carreira de Williams, contém ainda os dois singles do álbum jazz (essa tentativa de se tornar mais credível), como o Nº1 com Nicole Kidman, Something Stupid.
Mas a sua carreira atingiu o auge com Escapology, álbum de 2002, que inclui o clássico Feel, que vendeu 7 milhões de discos na Europa e na América Latina.
Depois de Feel, Robbie Williams entrou na era de escrever e interpretar singles demasiado autobiográficos como Come Undone ou Tripping, já do álbum Intensitive Care.
Tornou-se mais adulto, perdeu a caracterização de miúdo rebelde e ficou um pouco mais parecido com qualquer artista. E isso nota-se ao longo deste duplo álbum, justamente a partir do momento em que passamos a faixa Feel.
Rudebox, álbum de 2007, foi uma tentativa desesperada de se colar a Usher ou Timberlake, que poderia ter corrido ainda pior. Foi o acordar de um artista que percebeu que se estava a tornar demasiado velho antes do tempo, mas nem a ajuda dos Pet Shop Boys evitaram que o álbum se tornasse num grande flop. E convenhamos, Rudebox é um tema péssimo, sem groove ou o cunho do artista. A ajudar à festa, o fracasso deste álbum coincidiu com o regresso em alta, dos Take That – o que ainda veio complicar ainda mais a vida a Robbie.
O único single, ao longo destes anos, com grande potencial, foi Bodies do seu último álbum Reality Killed the Video Star, com Robbie a tentar um regresso em forma, apesar de disfarçadamente ter sido mal conseguido, já que Bodies foi a única música do álbum a causar impacto e mesmo assim, não muito.
Nesta colectânea, há ainda um último pulsar do artista que depois de muitos anos de controvérsia, faz as pazes com o seu arqui-inimigo Gary Barlow e o convida para um dueto em Shame, a anunciar o regresso à boys band.
Shame é um tema fraquíssimo para um encontro que criou tanta expectativa, e isso reflectiu-se nos charts.
In and Out of Consciousness: Greatest Hits 1990–2010 é um álbum para recordar um dos ícones dos últimos 20-anos. Há ainda algumas relíquias, como temas ao vivo, para nunca esquecermos que Robbie Williams é essencialmente um artista de grandes palcos, onde os seus temas podem ser exponencialmente interpretados.
Mas há aqui muita coisa que não faria falta nenhuma e essa é uma verdade. Sexed Up, Sin Sin Sin ou o péssimo cover de George Michael, Freedom, são alguns dos exemplos.
De qualquer das formas, deverá funcionar sempre bem como prenda de Natal a algum parente distante, mas nunca mais do que isso.
É um celebrar de uma carreira com 20-anos, que parece terminar, como se iniciou: Robbie Williams está de volta aos Take That e em grande forma. The Flood, o primeiro single de Progress, é tudo aquilo que Robbie nunca poderia ter feito, sem a ajuda de Gary, Mark, Jason e Howard.
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